Quando criei este blog não queria que fosse daqueles blogs lamechas, tipo diário de adolescente, onde se despejam as frustrações e as alegrias do dia-a-dia. No entanto há certas coisas que nos acontecem, que abalam de tal forma a nossa vida, que é impossível não escrever sobre elas.
Faz hoje precisamente 1 ano que escrevi um post "Dos animais de estimação e suas carolices". Coincidência estranha, não? Mal sabia eu que precisamente um ano depois o meu Joaquim se ía ver nestes apuros e nós com ele.
Faz hoje precisamente 1 ano que escrevi um post "Dos animais de estimação e suas carolices". Coincidência estranha, não? Mal sabia eu que precisamente um ano depois o meu Joaquim se ía ver nestes apuros e nós com ele.
Depois de várias diligências para saber o que havia de mal chegou a triste notícia. Dia 11 de Outubro, quando o telefone tocou ao fim da tarde, atendi cheia de confiança. Confiança de que não era nada de grave e que ía ficar tudo bem. Mas do outro lado a médica lançava a bomba. Um condrossarcoma. As palavras "tumor", "maligno", "cancro" ecoavam na minha mente e já mal ouvia o que ela me continuava a dizer, com aquela voz doce mas firme de quem nos informa que vamos morrer e nós ainda lhe agradecemos por cima. Desliguei o telefone e fiquei perdida. As lágrimas corriam e correram ainda mais quando cheguei a casa e olhei para ele, tão branquinho e inocente, tão feliz por me ver e sem perceber nada do que estava a acontecer.
Não é possível tratar. Não responde a radio nem quimioterapia. A única hipótese é retirar com uma margem grande, isto se ainda não estiver espalhado, metastizado para outros órgãos. Um diagnóstico muito pouco optimista e a sensação de que mais valia deixar andar para ele não sofrer. Olhar todos os dias para ele, aos saltos, a brincar, como se não se passasse nada... e ver um prazo de validade, que ainda por cima ninguém nos sabia dizer quando iria expirar. Mais exames, para ver o estrago. Nada. Não tinha nada em mais lado algum. Só aquele alto, aquele monte de células defeituosas a reproduzirem-se sabe-se lá a que velocidade e a matarem lentamente o nosso melhor amigo. 1ª opinião: operar, o quanto antes, já devia de ter sido ontem. 2ª opinião: operar. A única garantia é que se não fizermos nada vai ficar muito doente.
Nós, que não somos médicos nem percebemos nada de metástases nem condrossarcomas nem outros palavrões que os médicos utilizam para nós acharmos que sabem muito bem do que falam (e alguns até sabem...). Vamos por eles, queremos salvar o Joaquim.
Ontem foi um sufoco a manhã toda. Às 15h00 estava bem, já respirava sozinho. O tumor era maior (muito maior...) do que aquilo que se via nos raios-x. Tiveram de tirar 4 costelas e um bocado do diafragma. Vai ter uma recuperação difícil, por fases. Pelo menos 3 semanas sedado para não se mexer, mais pelo menos 3 meses para voltar a ser o nosso cão. Mas vai ficar bom. Temos de acreditar que vai ficar bom, se não nunca tinhamos submetido o "fininho" a tanto sofrimento.
Deu para aprender algumas coisas. A saber: nunca devemos perder a esperança, a medicina avança todos os dias e há sempre alguma coisa a fazer; se custou assim com o Joaquim imagino o sofrimento dos que têm estas doenças em familiares, amigos, amantes, companheiros; o Joaquim tem muitos amigos (e os donos dele também...).
Muito obrigada a todos! Até sempre...
acho mesmo que agora o maior problema é manter esse bichino quieto durante 3 semanas... é que esse cão é a coisa mais electrica, mais louca, e mais desvairada que conehço...
ResponderEliminarPõe-te bom de depressa Quim.