sábado, 18 de maio de 2013

Preguiça#19: Nunca a expressão "Ó mulher, cála-te!" fez mais sentido

Estou convencida de que há coisas que só acontecem nos Estados Unidos. Não sei se é do clima, não sei se é dos hambúrgueres, não sei se eles são mesmo todos estúpidos, mas o que é certo é que são uma nação à parte. São uma espécie de “Entroncamento” do mundo. Parece que um destes dias houve uma aterragem de emergência de um avião da American Airlines no aeroporto do Kansas, de um voo que seguia de Los Angeles para Nova Iorque. Não, não era falha no motor. Também não era falta de combustível. Era sim, imagine-se, uma passageira que não parava de cantar a plenos pulmões o “I Will Always Love You” da falecida Whitney Houston. Segundo a Lusa, o porta-voz da American Airlines, Joe Mcbride, explicou a uma televisão local do Kansas que o comportamento da mulher era “perturbador” e que teve de ser retirada do avião por estar a “interferir com a tripulação do voo”. Trocado em miúdos, já não a podiam ouvir. O comandante do voo declarou uma “situação de emergência e solicitou uma aterragem no aeroporto da cidade do Kansas”. Tenho cá para mim que ligou para a torre de controlo e disse: “Houston, we have a problem!”. Quando aterraram, a senhora foi levada algemada pela polícia local para as instalações do aeroporto (sim, que isto nos Estados Unidos não se faz a coisa por menos…) e a American Airlines recusou voltar a incluir a passageira noutro voo. Uma espécie de terrorismo musical, ou coisa assim. Eu tenho uma teoria. Dada a altitude e a proximidade do céu onde a diva certamente descansa em sossego, a passageira foi possuída pelo espírito da Whitney e começou a cantar um dos seus maiores êxitos. Na notícia não explica se ela cantou bem ou mal. É pena, porque se ela estava a cantar bem, uma música que – quer se goste quer não – é difícil de cantar, acho que não merecia ser tratada como o bardo do Astérix. Não acredito que haja uma lei contra cantar em público – mesmo nos EUA, onde há leis que proíbem de fumar na rua, mas ter um arsenal de armas para defesa pessoal já é tranquilo. Depois de interrogada pela polícia, a passageira foi deixada em liberdade e explicou que sofria de diabetes, o que, em algumas ocasiões, lhe provocava comportamentos ridículos. Não sei se esta explicação é mais credível do que a minha teoria, mas pelo sim pelo não, diabéticos deste mundo, tenham muito cuidado com o que cantam por aí. Até sempre. (Publicado a 16 Maio 2013)