Aos 31 anos vejo-me confrontada pela primeira vez com a necessidade de fazer dieta. Sou uma sortuda, eu sei. Nem por motivos estéticos, nem por motivos de saúde, nunca precisei de abdicar de nada do que me apetecia comer. Geneticamente tenho uma boa herança, é um facto, e ao nível do gosto também tive alguma sorte, visto que não me perco muito por bolos ou açúcares em geral. Toda a vida ouvi coisas como “ai filha que estás tão magrinha”, “se continuares assim, vais desaparecer”, “tens de comer mais, que parece que estás doente”, entre outras pérolas. Quando as balanças continuam a indicar o mesmo peso há mais de uma década, estes comentários deixam de ser preocupantes; é só uma coisa que as pessoas dizem porque não têm mais nada que dizer. Mas houve um comentário que nunca apaguei da memória, e hoje parece que o estou a ouvir constantemente. No meu primeiro estágio da faculdade havia uma colega de trabalho que do alto dos seus 40 anos me dizia: “Sim, eu também era assim elegante. Depois dos 30 é que tu vais ver…”. Parece que a Isabel tinha razão. E isto de ter filhos também não ajudou. Apesar de toda a gente me dizer que estou muito bem e já recuperei e parece que nem tive um filho há 5 meses e blá blá blá. Mais uma vez, independentemente do que os outros dizem, a balança não mente e as calças também não. Posto isto, só consigo tirar duas conclusões: primeiro, as dietas são para nós, não são para os outros. O que interessa é o que nós sentimos e não o que os outros acham. Segundo, vou mesmo ter de passar uns tempos sem comer molhos, petiscos, pão com manteiga, batatas fritas, pão com manteiga, petiscos e pão quente… com manteiga. Amanhã volto ao trabalho e parece-me que as calças da farda vão passar o dia a chorar. Até sempre. (Publicado a 2 Maio 2013)
Casa e Mundo. Ou Mundo e Casa. Tanto faz.
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