quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Preguiça#4: Cantigas de escárnio e maldizer


Esta semana um amigo e leitor da Preguiça disse-me: “Essas coisas que tu escreves… aquilo tá giro e tal, mas olha lá… tu dizes sempre mal de qualquer coisa?”. Não, ou pelo menos não é essa a ideia. Também posso dizer bem, mas ultimamente aparecem-me mais coisas para dizer mal do que para dizer bem, o que é que se há-de fazer. Deve ser uma condição nacional, falar mal disto e daquilo. Já para não falar que é sempre mais fácil dizer mal de alguma coisa do que bem. Os elogios custam a sair, as críticas aparecem naturalmente e dão muito mais pica para escrever. Ou para ter uma conversa de café. É como os escritores, os letristas ou os poetas, que só escrevem quando estão mal de amores e a vida lhes corre mal. O desabafo tem um efeito catártico e a escrita floresce muito mais rápido quando estamos aborrecidos ou deprimidos com qualquer coisa. Quando estamos bem e andamos felizes o terreno não é tão “fértil” para escrever. Deve ser por isso que é obrigatório haver livros de reclamações e é opcional haver livros de elogios. E depois nestas coisas dos blogs temos de ter muito cuidado quando dizemos bem de alguma coisa. Seja um livro, um filme, uma marca, um produto. Podemos sempre ser acusados de publicidade encapuçada e isso é muito mal visto na blogosfera. Ou estamos a dizer bem porque a marca nos vai oferecer contrapartidas ou estamos a dizer bem porque queremos que a marca repare nisso e nos venha mais tarde a dar contrapartidas. E eu tenho uma casa pequena, não quero que me mandem caixotes de cremes, pacotes de bolachas ou aparelhos eléctricos porque depois não tenho onde os arrumar… Até sempre!