segunda-feira, 31 de maio de 2010

Últimas impressões de STP


Na sexta-feira passámos a manhã a visitar hotéis, nenhum melhor do que aquele em que estávamos... Estava prevista uma visita ao Jardim Botânico mas o cansaço e o calor levaram a melhor e conseguimos convencer os organisadores da viagem a deixar isso para uma próxima oportunidade. Tempo ainda para umas compras na Santa Casa da Misericórdia e uma conversa surreal com um pediatra português a trabalhar lá por 3 meses. Diz que agora já se habituou à realidade são tomense e já consegue trabalhar com os recursos que há, mas no início fez-lhe muita confusão e só lhe apetecia voltar para Portugal. Nem pensar ficar alí a trabalhar mais de 3 meses seguidos, dizia ele meio envergonhado. De regresso ao hotel começamos a sentir que a semana está a chegar ao fim. Aproveitamos ao máximo cada minuto de sol. Passo muito tempo dentro da piscina a olhar para a imensidão do mar azul à minha frente. Quero que esta sensação de paz se mantenha por muito tempo na minha memória. Se fosse mais "zen" fazia umas meditações a olhar para o mar (houve quem fizesse...). Mas infelizmente este clima doce e quente e esta paz são constantemente afectados pelo facto de tu não estares. Sozinha no paraíso. As saudades já apertam, que treta...


Às 17h00 saímos do hotel e fomos à CACAU ver o novo projecto do João Carlos Silva. É uma associação cultural, pelo que eu percebi, um espaço imenso onde fazem exposições de arte e outras coisas interessantes. Tem lá, pela primeira vez num local público, uma exposição de fotografias das Roças do tempo da escravatura (e também havia um documentário que poderíamos ter visto, se houvesse electricidade). Há muito projectos e muita vontade, mas os recursos nem sempre correspondem à vontade que as pessoas têm de fazer as coisas. É pena. No entanto saio de lá com a ideia que ainda vamos ouvir falar mais vezes deste projecto, espero que sim.


De volta ao hotel, toca a tomar ainda um banho de piscina (já não há sol) e depois de chuveiro mesmo. Hoje é a última noite em São Tomé e vamos jantar ao Hotel Miramar by Pestana, um dos mais emblemáticos da cidade. O jantar é à beira da piscina, com música ao vivo (altíssima) e a comida, para variar, um espectáculo. Uma pessoa até se sente mal de comer tanto, mas é tanta coisa diferente e é tudo tão bom que dá vontade de provar tudo. A seguir ao jantar já havia alguns corajosos a dançar, mas o resto do grupo meteu na cabeça que íamos todos a pé pela marginal e assim foi. Pelos vistos não é perigoso andar em São Tomé à noite, pelo menos assim em grupo. Acabámos na discoteca do hotel, Beach Club, para mim uma novidade (fui a única que ainda não tinha lá metido os pés). Muito giro o espaço, uns sofazinhos virados para o mar muito confortáveis, uma pista arejada e pouco movimentada, o que pelo preço das bebidas não me supreende. Não é qualquer são tomense que entra ali, isso é garantido. Passo ainda no Casino, só para conhecer e vou embora. A noite aqui acaba cedo e as saudades já só me deixam pensar no dia da partida.


Acordar, comer, piscina, escaldão de último dia (típico), arrumar as tralhas, transfer, visto, aeroporto, filas, UM detector de metais, mais filas, embarque, voo, um sonho bom, mais voo, um filme visto aos bocados, Lisboa, aterrar, UMA hora para saírem as malas (sim, não é só em África que as coisas demoram), correr para ti, Cascais.


De São Tomé trouxe os olhos cheios de azul e verde, aprendi coisas novas, vi África com outros olhos, fiz novos amigos (conhecidos) e trouxe principalmente a certeza: "There's no place like home". Até sempre...