
Gosto de partir. Só porque sei que vou voltar. Do reboliço dos aeroportos. Das saudades dos que ficam, da aventura dos que vão. Gosto de esperar, ler livros, ver montras, fumar um cigarro antes de entrar, já a sofrer as horas seguintes em que não o vou poder fazer. Gosto da facilidade que tenho em adormecer em qualquer meio de transporte: as viagens são mais rápidas e isso faz-me acreditar que a teletransportação será uma realidade num futuro próximo. Mas depois já não vão haver aeroportos. E não vão haver saudades. Nem chega a haver partida, sequer...
Não há nada melhor do que descer a rampa "das chegadas" em Lisboa e ver no meio da multidão as caras conhecidas de quem nos vai buscar! Tu. Aparentemento sério e retraído, a castigares-me por ter estado ausente. Mas por dentro aliviado e feliz por eu ter voltado. Porque no fundo sabes que eu volto sempre. E volto. Até sempre...