terça-feira, 12 de novembro de 2013

Factor "X" Files

Sentem-se que isto vai ser longo... Domingo à noite, já se sabe, as opções televisivas não são muitas e a energia para ver programas muito densos também não. Temos uns vizinhos queridos e amigos que, coitadinhos, estão há mais de duas semanas sem televisão. Portanto vieram passar o serão a nossa casa e estivemos a ver o Factor X. Parece que aquilo já avançou desde a fase das audições, e agora era a vez da Sónia "Macaca" Tavares escolher o seu Top 8 de adultos cantantes. "Macaca" não é ofensa, Macaca é o nome fofinho que eu lhe dou porque é o que ela me faz lembrar. A ofensa vem a seguir, tenham calma, lá chegaremos...
 
A verdade é que sou suspeita, apesar de ter gostado e ouvido muito o primeiro album dos Gift, depois aquilo começou-me a soar um pouco nho nho nho e já não gosto muito dos últimos albuns. Mas gostos são gostos, se calhar até são melhores que o primeiro, eu é que não aprecio. Não temos de agradar a todos... mas com a Sónia tenho outros problemas. É físico. Não vou com a cara dela, acho-a antipática, pronto. E gostava muito de poder dizer que ela nunca me fez mal nenhum, mas infelizmente não posso. Porque não me consigo esquecer de um concerto em que abrimos para eles e suas excelências, as estrelas, demoraram toda uma tarde para fazer check sound, não se percebendo muito bem porquê visto que foi naquela fase muito electrónica deles, em que metade dos sons eram "samplados" e que eu saiba fazer som a computadores não é assim tão complicado. Todo o concerto foi assim uma espécie de Karaoke remisturado das suas próprias músicas, não digo que não tenha trabalho, mas não é na própria tarde do concerto que se faz esse trabalho, não me lixem. O pior foi mesmo a atitude de "estou-me a cagar, eles que esperem" e não me lembro bem se não foi isso mesmo que ela nos disse, porque felizmente já foi à alguns anos e tenho tendência a esquecer acontecimentos desagradáveis provocados por pessoas que me dizem pouco. Mas a má impressão ficou sempre, é inevitável. Sei que fizemos som em 15 minutos, jantámos em 30 e fomos tocar logo de seguida, de bandulho cheio. Isso é daquelas merdas do show biz que nunca percebi, ainda bem que já não ando nessas vidas que tenho pouca paciência para injustiças. Os cabeças de cartaz fazem primeiro o check sound e depois são os últimos a tocar. Vão à vidinha deles, jantam tranquilos, fazem a digestão e ainda têm tempo para se prepararem. Os que tocam primeiro são os últimos a fazer som e depois não têm tempo para nada. O estatuto é uma coisa muito sobrevalorizada...
 
Mas enfim, let bygones be bygones e vamos ao assunto que me trouxe aqui: domingo à noite. Ela tinha 8 cadeiras e uma data de gente para sentar. Não podia sentar todos, até aqui tudo muito bem, mas podia sentar alguns e depois em caso de dúvida voltar a trocar. Queimou logo uma primeira cadeira com uma gaja que, valha-me a santa, desafinou a música TODA. Sim senhora, tinha um excelente six pack, ainda por cima parece que já foi mãe e tudo, mas porra, cantar que é bom... depois, ok, o gajo com a guitarra... coise... outros que assim assim, foi enchendo as cadeiras. E depois vem um mocinho, todo ele mel, que queria dedicar a música a uma amiga que ao que parece até já tinha morrido, canta-me ali um George Michael sem qualquer falha, com toda a emoção que o momento proporciona, a ir aos agudos e a fazer os falsetes com mestria, e ela parecia que já tinha decidido que as cadeiras estavam muito cheias, adeus boa noite ó vai-te embora. Ficámos todos de queixo caído, nem queriamos acreditar. Foi o melhor, o MELHOR de todos os que estavam já sentados. E ela mandou-o embora sem pestanejar. Para depois ficar com uma versão feminina (?!) do "3 Pelos" dos UHF que foi cantar Allanis sem ponta por onde se lhe peguasse. Ser juri não é fácil, eh pá, tudo bem. Mas ser cantor como ela própia disse, há mais de 20 anos, e ser duro de ouvido, é muito triste. Muito triste. Fiquei com a impressão que ele lhe deve ter dito alguma coisa nos bastidores que ela não gostou e toma lá, vai-te embora, que nem que encarnasses aqui a Monserrat Caballé não ficavas mais no programa. Bah! Já vos disse que não tenho paciência nenhuma para injustiças? Chorou e acho que tinha motivos para isso. Até sempre.