Eu sei, eu sei... ainda nem falei de Natal este ano. A verdade é que não estou nada natalícia, não sei se é por já ter recebido a melhor prenda de sempre em Novembro ou se foi pelo calafrio que tive ao olhar para o meu recibo de ordenado e suposto subsídio de Natal deste ano, mas penso que poderá ter sido um pouco a mistura das duas circunstâncias. Logo neste ano, que eu tinha decidido que era o ano em que eu finalmente ía ter as prendas todas tratadas ainda no Verão, mas está visto que não foi assim. Ainda não tenho as prendas tratadas e já ando de gola alta, algo correu mal. E depois é esta coisa do fim do mundo que também me anda a arreliar. Então eu vou-me meter a fazer compras, a enfrentar filas e embrulhos e laços, a fazer contas de cabeça para transformar o cada vez mais reduzido orçamento em lembranças engraçadas para os que realmente se portaram bem comigo este ano, para depois acabar o mundo na 6ª feira?!?! Para nem sequer chegarmos ao Natal?!?! Nem é pelo dinheiro, porque se acabar o mundo eu depois também não vou precisar do dinheiro para mais nada... é mais a seca de me ir enfiar no shopping ou andar na rua para depois não dar as prendas às pessoas. Podiam ter feito isso do fim do mundo só depois do Natal, olha... na passagem de ano, por exemplo. Como foi daquela vez do bug do ano 2000 e quando acabaram com os escudos e assim... isso é que foram passagens de ano bacanas, com a malta a encabrar-se forte e dizer tudo o que lhes passava na cabeça a toda a gente, só para no dia seguinte ter de andar a pedir desculpas porque afinal o mundo não acabou. A dos escudos não conta, porque nessa só eu é que achei que ía acabar o mundo. Já me estava a imaginar de máquina de calcular no bolso cada vez que fosse ao supermercado ou assim, qual velhinha do Restelo com medo do progresso. Bons tempos, bons tempos. Até sempre.
