quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Fardar ou não fardar, eis a questão...

Sempre achei que usar farda era um coisa boa. Agora tenho mesmo de usar, quer goste quer não goste. Acho que os tecidos podiam ser melhores e os cortes mais confortáveis, o que normalmente não acontece. Compreende-se perfeitamente: roupa feita em série num altura em que cortar na despesa das empresas e fazer mais com menos são os lemas. Mas é aborrecido para quem tem de usar o mesmo todos os dias, se não for suficientemente confortável.

Fora isso é só vantagens, não tens de pensar muito de manhã no que vais vestir (não tens de pensar nada...), uma grande ajuda para quem não gosta de pensar de manhã, como é o meu caso. Não tens de "desgastar" a tua própria roupa. Não tens de comprar roupa mais assim ou mais assado para poder ir com essa roupa para o trabalho, podes voltar a investir forte nas "calças de aladino", saias hippies e t-shirts justinhas que ninguém tem nada a ver com isso. Comecei a fazer uma limpeza geral no meu armário que, cheira-me que quando terminar, vai ser um alívio e vou ganhar montes de espaço. É que agora chego a casa e dispo a personagem, de preferência tento deixar na farda as preocupações e os stresses do trabalho diário, para depois voltar a encarnar, no dia seguinte.

Só tenho pena que a política/manual da farda não permita um pouco mais de personalização da coisa. Sim, existe um manual da farda, também não sabia. Acho que já que estamos todos vestidinhos de igual (o que é bom para a imagem da empresa e blá blá blá, tudo muito bem...) deviamos poder expressar a nossa individualidade ao nível dos sapatos e outros acessórios, mas nem nisso se pode dar largas à imaginação.

Posso vir a detestar fardas daqui a uns anos, mas para já tudo tranquilo. Ontem um amigo passou por mim de carro e disse-me que eu parecia uma colegial japonesa. Espero que tenha sido um elogio. O homem-lá-de-casa pergunta-me se eu quero "chá, café ou laranjada" e ri-se, mas eu sei que ele sempre gostou de me ver de camisa. Até sempre.