terça-feira, 20 de setembro de 2011

Coisas do coração

O coração humano é mais ou menos assim. Não é bonito, nem é fofinho, nem é cor-de-rosa, nem brilha. É assim. Faz lembrar o talho lá do bairro, deita sangue, é um músculo como outro qualquer, mas muito importante porque faz chegar o sangue (e o oxigénio e tudo o resto que o sangue transporta e que eu já não sei, porque as aulas de anatomia e os desenhos-animados do "Era uma vez a vida" já foram há muito tempo
 e eu já não me lembro de quase nada) a todos os outros músculos, que sem isto não podem funcionar. Não sei que alminha se lembrou que o Amor nascia aqui. Toda a gente sabe que o amor nasce no cérebro. O amor e os outros sentimentos todos. Mas o cérebro também não é bonito, nem fofinho. E deve ter sido por isso (e por estar muito mais associado à racionalidade) que alguém convencionou que o Amor nasce aqui. E que este (ou outros mais estilizados) é o símbolo do Amor. Pois ficas a saber que o meu Anor por ti é assim. Não é bonito nem é fofinho. É cru, vermelho sangue, cheio de dores, sempre a bater, às vezes mais rápido outras mais lento, conforme o stress, os cigarros, a disposição. É irracional, vive porque sim, porque sem ele nada mais poderia viver, porque leva o que é mais importante às outras partes do meu corpo, inclusivé ao cérebro, é involuntário, é essencial. O meu coração é o meu amor, às vezes dói, faz falta de ar, às vezes pára de repente, só para passados segundos voltar a bater. Não é bonito, não é fofinho, mas é teu. E é por isso que fico danada quando me vens com essa história do "isto é a minha vida", a tua vida é nossa desde que o meu coração é teu. Só para esclarecer. Até sempre.