Hoje estamos em período de reflexão. Já sei que não se pode fazer campanha, nem eu queria. Vou só reflectir um bocadinho aqui convosco (em voz alta)...
Se fosse para votar no candidato que mais vezes subiu a carros, mesas, cadeiras, bancos e palanques durante a campanha, eu sem dúvida votava no Cavaco. Mas como acho que ter habilidade para subir a essas coisas (e convenhamos que não é fácil, que o homem já não vai para novo...) não é condição necessária para ser Presidente, não vou votar nele. Até porque ainda não lhe consegui perdoar aquela coisa do IRS e não acredito muito na continuidade de projectos falhados.
Se fosse para votar no candidato que tem telhados de vidro e passa a vida a mandar pedras aos outros, eu votava no Alegre. E será que queremos mesmo outro presidente com telhados de vidro? Nãããã... não me parece. Para além do mais a eloquência do poeta faz-me bocejar e não quero adormecer em frente ao televisor cada vez que o Presidente se dirigir à nação.
Depois temos o Nobre, que me chega através de familiares e e amigos como o salvador da pátria, qual D. Sebastião em dia de nevoeiro, pronto para revolucionar tudo e todos. Mas eu desconfio um pouco disso. Que o senhor até é médico e parece que fez uma belo trabalho na AMI, e eu até gosto tanto de (alguns) médicos e da AMI que até faço donativos (do meu IRS, claro) todos os anos para eles. No entanto, estando o nosso país na desgraça que se vê, terá o candidato capacidade para curar o país? Infelizmente não acredito. Ponho em causa a sua capacidade de liderança e intervenção, desculpem. É claramente uma pessoa inteligente e cheia de boas intenções, mas a sua postura é a de quem pede desculpa por estar em campanha, pede desculpa por querer ser presidente e desculpem lá mais qualquer coisinha, que eu não quero estar a incomodar e a intrometer-me.
Os restantes não têm direito a um parágrafo individual porque são "não-candidatos" e eu não gosto de falar de "não-assuntos".
Posto isto, ainda não decidi em quem é que vou votar. Tenho muita pena que o eterno Candidato Vieira mais uma vez não tenha conseguido as assinaturas para ser um verdadeiro candidato, com direito a quadradinho no boletim de voto e tudo (não percebo porquê). Porque não gosto de votos em branco muito menos de abstenções. E votava nele com certeza, em tom de desafio e reclamação.
Agora que penso nisso, posso sempre votar no Coelho, que para além de só ter ideias para a Madeira (o que nos deixava bastante mais sossegados aqui pelo continente...) tem uma figura cómica, um discurso hilariante e sempre animava o povo com as suas palermices. Pão e circo... pão e circo. Reflictam bem, votem e até sempre...