terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pulo do Lobo

Alí, onde as águas do Guadiana se juntam, dizem que apenas os lobos eram capazes de saltar, mas a história conta também que os contrabandistas vinham por aqui. Eu saltar não saltei, estive ali sentadinha a preciar a paisagem e o sol. O caminho para baixo é duro, para cima é impossível! Cheguei ao carro ofegante e com o coração a querer saltar do peito. Mas se voltar lá desço outra vez. Mesmo que para isso se tenha de sacrificar o belo almoço na Adega do Molh'o Bico, em Serpa. Mesmo que para isso tenha que se ficar com as pernas a tremer. Nada paga a paisagem e as gargalhadas, sempre em boa companhia, claro! Afinal ainda há cantinhos de Portugal que eu não conheço. Já são poucos, mas há.
No domingo acordámos cedo, depois de uma sessão de cartas até às tantas da manhã. No meio do nada é o que se faz. Dormir é em casa. Vamos de barco ao Pomarão, duas horas a navegar nas águas calmas, a perturbar o sossego matinal de quem sabiamente escolheu viver no rio. Invejo-os, mas só por breves instantes. Há tanto ainda por ver e fazer... Seguimos viagem e descobrimos que almoçar no Algarve em época baixa é uma aventura, mas acabamos por descobrir em Tavira o peixe grelhado que tanto apetecia. É fim de Outubro e andamos de t-shirt. O Algarve é mesmo um país à parte.
O regresso a casa, a viagem pelas estradas antigas, as despedidas dos companheiros que vão ficando mais a sul. O descanso (agora sim) dos Guerreiros do Rio. Até sempre...