sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Papa don't preach..."


Eu andava a evitar vir para aqui dizer mal do Papa, porque já sei que sou uma grandessíssima herege e se houver mesmo inferno é para lá que vou e não sei mais o quê. Mas tem de ser, porque há coisas que me irritam e porque descobri que desde que não tenho caixa de comentários posso dizer o que me apetecer (muhahahah!!)... parece que o facto de o senhor ter vindo aqui ao nosso cantinho da Europa fez com que a opinião geral mudasse e afinal até dizem que ele até é um Papa porreiro e assim. Mas para mim não é. Continuo a detestar a personagem. Não é por vir ao santuário de Fátima dar um beijo a duas bébés espanholas que deixa de ser um símbolo de tudo o que está errado com as igrejas e religiões instituídas por esse mundo fora.


Eu, que só sou baptizada porque ninguém me perguntou o que eu queria fazer em relação a esse assunto, e mesmo que me tivessem perguntado não tinha idade suficiente para perceber o que estava a decidir, andei parte da minha adolescência a tentar convencer os meus amigos mais próximos que não tinha sido baptizada. Queria mesmo acreditar que se o dissesse vezes suficientes deixava de ser. Mesmo assim não chego nem aos calcanhares dos senhores Papas e Bispos e o raio-que-os-parta-a-todos no que diz respeito a inverdades e hipocrisia. Não é a religião em si que está mal, entenda-se. Que os princípios do "não faças aos outros o que não queres que te façam a ti" e "dar a outra face" e mais não sei o quê até são bastante lógicos e fofinhos. O problema é toda a institucionalização à volta da religião, ou seja, a Igreja em si.


O luxo e a ostentação não são pecados capitais? Ninguém consegue ser humilde com uma equipa de seguranças privados à volta, não me venham com histórias. Nem é uma questão de segurança sequer, o Papa era a pessoa que mais deveria ter fé em Deus e esse deveria ser o seu único segurança. Se Deus escolhesse que era a hora dele ser um mártir o Papa deveria aceitar isso com um sorriso na cara, ou não é assim que funciona? Dar a outra face? Confiar nos desígnios divinos? Mas um sorriso sincero, não um sorriso amarelo arraçado de "esgar", como tenho visto nas televisões todas nos últimos dias. "Sou um peregrino como vós"... sei... mas não dormiu nas tendas montadas no santuário nem andou a pé para lado nenhum... o que ele queria dizer era: sou um peregrino como vós mas com outro tipo de privilégios.


Vou-me calar porque como podem verificar não percebo nada de religião, nem quero. O que eu sei é que não gosto de Bento XVI e que cada vez que olho para ele (e nos últimos dias tenho olhado demasiadas vezes) vêm-me à ideia palavras que abomino, como por exemplo joanetes, nazismo, celibato, pedofilia, hipocrisia, mania e outras palavras acabadas em ...ia. Ide em paz e bom fim de semana. Até sempre.