sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sofá

Ontem fui jantar a casa de uma amiga (Amiga) com amigos de outros tempos, que agora quase raramente vejo. A ver fotografias antigas, cheias de maluqueira teen, a conversa tinha de dar para a nostalgia e a óbvia conclusão de que: já não vamos para novos...
Surgiu uma questão que me deixou a pensar. Um desses amigos contou que tem na sala da casa onde mora com a namorada, o sofá onde lhe tiraram a primeira fotografia, em bébé. Feitas as contas, assim de cabeça, o sofá tem de ter mais de 30 anos. O que será mais grave? Que o "nosso" sofá tenha 30 anos? Ou que nós tenhamos quase 30 anos e não temos ainda dinheiro para comprar um sofá?
A geração à rasca, como foi chamada, (a minha, portanto), vive "junta", em casas alugadas, com móveis reciclados e um monte de contas para pagar. Unânimes na afirmação "o que nos vale são os nosso pais!". Passados anos continuamos a viver "à rasca". Com empregos precários, contratos de 6 meses ou 1 ano, alguns a recibos verdes, alguns ainda a fazer estágio profissional, alguns pior, no desemprego. Sem filhos, no máximo um cão ou uma tartaruga. Sem grandes perspectivas de melhorar nos próximos anos. Com uma vontade imensa de rir por causa de vídeos estúpidos no Youtube, com dois telemóveis no bolso e uns ténis a precisar de reforma nos pés. Até sempre...

2 comentários:

  1. Efectivamente, conheço muitos casos desses...
    Visto com mais rigor, só posso aconselhar-vos:
    1º Votem bem.
    2º Revoltem-se e lutem pelos vossos ideais!
    3º Sobrevivam com saúde, principalmente a mental, para provarmos que somos geração à rasca mas NÃO SOMOS GERAÇÃO RASCA!
    Lembrem-se dos EXEMPLOS de pessoas da nossa geração que EMIGRARAM em busca do curso superior e da profissão pretendida que hoje são bem sucedidos lá fora! E contam com apoios dos países que os acolheram, desde bolsas de estudo a subsideos de FINANCIAMENTO DE PROJECTOS!! Jovens empreendedores? Sim, claro! Mas não dentro deste "jardim à beira mar plantado"...

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  2. Tirando o sofá (que temos um novo) e o salto que demos de juntar-casar,concordo que a maior parte dos meus amigos e dos "teus" amigos se encontram assim.. À Rasca!

    Sou daquelas pessoas que passei a considerar a minha vida uma espécie de projecto social,faço o que posso com o que tenho e se caem uns "donativos" dos pais.. upa upa que festa!

    No fim de contas.. temos uma tataruga,vivemos como pudemos!

    Beijo*

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Atirem p'raí!