Catatónico

Houve aqui qualquer coisa que correu mal. O último post foi catatónico, i.e., foi tão mau, tão mau... que eu própria fiquei traumatizada com a minha latente falta de inspiração e brejeirice e parei por uns tempos para não piorar a situação, se possível fosse. Dá-me ideia que isto tudo tem a ver com a época natalícia, por causa das compras e do consumismo coevo. Hoje estou numa de palavras difíceis, é para tentar colmatar (viram??) a foleirada do último post.

Adiante, dizia eu que a culpa é do Natal. Isto de ter uma lista de pessoas que adoramos e queremos presentear da melhor maneira, mas em contrapartida olhar para o saldo do cartão e ter arrepios na espinha, não tá com nada. O Natal era para ser uma época feliz, cheia de luzinhas e crianças a cantar, mas infelizmente é uma época de esticar orçamentos já de si curtos, sempre a contar com o subsídio de Natal que nunca mais vem (e já hoje é dia 15).

Por isso este ano fiz greve e despedi a minha árvore de Natal. Fiz um presépiozinho para não acharem que sou demasiado herege e revolucionária, que no fundo até sou, mas não tenho tempo para ser mais. Ou seja, sou revolucionária de coração, mas não ando na rua de placard na mão a fazer campanha contra as árvores de Natal ou abaixo assinados contra seja o que for que a dada altura me chateia. Sou demasiado preguiçosa para isso e tenho sempre a sensação que ninguém me dá ouvidos. Por isso é que tenho um blog. É o meu contributo para a revolução que todos os filhos de Abril (como eu...) deveriam empreender. Mas os nossos meios de protesto são muito mais cómodos, maravilhas da tecnologia, estamos sentadinhos em casa a teclar, em vez de rapar frio na rua e gritar aos 4 ventos as nossas ideias e ideais.

Provavelmente é muto menos eficaz do que um golpe de Estado, mas a minha geração não é dessas que fazer grandes alaridos. Queixamo-nos e tal, falamos mal de tudo e todos nos bares e cafés, mandamos umas postas de pescada em tom crítico na Internet, fazemos humor sarcástico e pouco mais. Nada que implique manifestos demasiado elaborados ou reuniões com direito a actas, que não sei se já tiveram oportunidade de ler ou escrever alguma, mas é das melhores curas para insónias que conheço.

Nesta linha de pensamento, despedi a árvore mas tenho de comprar os presentes na mesma. E já só me faltam 4 da minha lista "Never ending story"... aaaaaaaah aaaaaaaaaah aaaaaaaaaaaaaaaaaah, Unendig story... aaaaaaaah aaaaaaaaah aaaaaaaaaaah

Chega de balelas que tenho pena dos meus leitores. Devo argumentar em minha defesa que dormi apenas 5 horas e vim para Lisboa às 7 da manhã para ter uma formação de Excell. Tenham dó e até sempre...