sábado, 11 de novembro de 2006

Leituras soltas do que gostava de ter escrito...


"Que seres, que riscos, que vertigens poderiam voltar a dar-nos o sentimento da vida, depois de se ter passado através de semelhantes labaredas? Agora, tudo é frio. Negro coração do Inverno. Negro e branco como uma carta de luto. Coração gelado. Neve líquida que se decompõe e suja. Cadáver. E aquela torja de névoa encobrindo o céu. Tudo está morto: o calor, as cores, o luxo, todos os luxos, o amor, a paixão, os riscos proibídos. Mortos. Resta apenas a miséria de um mundo exangue, trivial, mesquinho, como uma casa de pobres. Não são os meus trinta e nove anos que me esmagam; são estas trevas e este frio. É a nossa sociedade nivelada pela baixeza, este tempo de todas as imposturas. Odeio-o. Recuso-o. Optei pelo exílio." Robert Margerit

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