Governo corta IAJ

Não corta, recorta. Segundo o "Jornal de Notícias", e a propósito da revisão do Orçamento de Estado:
"Esta é uma das muitas alterações pelo lado da despesa, inscritas no Orçamento do Estado para 2007(...)
A revisão do IAJ, que apoia actualmente cerca de 25 mil jovens, há muito que é defendida, sem que nunca se tenha passado da teoria à prática. Mas, para o próximo ano, os beneficiários e candidatos a beneficiários podem contar com mudanças. Actualmente, este incentivo pode ser usufruído por jovens até aos 30 anos, sendo atribuído por um ano e renovado por um máximo de cinco anos. A ajuda pode ir até 75% da renda paga, com o limite máximo de 249,40 euros mensais.
Além de pretender reforçar a prova de meios (rendimentos) dos beneficiários, de forma a garantir, por exemplo, a incapacidade dos pais para suportar a renda, o Governo vai ainda rever os níveis de comparticipação e reduzir o período de tempo de atribuição do subsídio. Recorde-se que, este ano, o Estado prevê gastar 60,5 milhões de euros com o IAJ."
E pergunto eu, que não percebo nada de orçamentos nem de finanças, (aliás basta ver o saldo da minha conta bancária) o que é que os pais têm a ver com a história? Se os jovens se emanciparem e sairem de casa, porque têm um emprego e querem ter a sua própria família isso não é positivo para a nossa economia? Se temos recém-licenciados a ganhar o ordenado mínimo como é que querem que eles paguem renda? Se temos rendas mais altas do que a prestação de alguns créditos à habitação como é que querem estimular o mercado de arrendamentos? E se querem de facto que os jovens comprem casa, porque acabaram com os bonificados? Vá-se lá entender isto. Eu não entendo.
Cortem com os apoios todos aos jovens! A população já está a envelhecer, cada vez saímos mais tarde de casa, cada vez temos filhos mais tarde, cada vez há mais reformados e menos trabalhadores activos... só ficam contentes quando viverem três e quatro famílias em cada casa, à imagem do que acontece nos países asiáticos.
Tenho aplaudido algumas medidas deste governo, mas desta discordo completamente. Sejam corajosos a outro nível, cortem nos carros topo de gama dos ministros, nas reformas do governo, nos ordenados do governo. Deixem os jovens começar uma vida, ajudem-nos pelo menos a tentar. Até sempre...